I
O dia deu em chuvoso
na geografia do poema.
Um corpo virou cinzas
um sonho foi desfeito
e mil povos proclamaram:
- Não à violência!
A terra está sentida
de tanto sofrimento.
II
Na geografia do poema voam balas
passam na TV os seres nus
o pátio aglomerado
o chão vermelho
onde a regra do jogo
da velha é sentença
marcada na réstia
do sol quadrado.
III
Pelas ruas
a tristeza dos tempos
a impossibilidade do abraço.
Crianças
nos corredores da morte
nos becos da fome
consomem a miséria
matéria prima da sua sobrevivência.
IV
Nos quarteirões
dobrando a esquina
homens e mulheres
idôneos, cansados
a lastimar o destino
de esmolar o direito
dos tempos madrugados.
V
Se o medo se espalha
virá o silêncio
o espectro das horas
e as cores sombrias.
Se o medo se espalha
amargo será sempre o poema
VI
O dia deu em chuvoso
na geografia do poema
um sonho foi desfeito
mil povos pratearam.
A terra está sentida de tanto sofrimento.
Mas...
VII
Haverá manhã
e o sol cobrirá
com os seus raios de luz
a rosa dos ventos
Graça Graúna, Tessituras da Terra, Belo Horizonte, M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 46-49.
sábado, setembro 26, 2009
sexta-feira, setembro 25, 2009
Quem És Tu Miúda
Em Junho de 2002 nascem “Os Azeitonas”, numas férias em Ibiza.
Numa mistura de criatividade e de fúria adolescente, surge a ideia de formar a primeira Boysband de Garagem do país.
Os Azeitonas lançaram recentemente um novo álbum: Salão América.
A faixa mais conhecida e que anda a tocar por aí é: Quem És Tu Miúda.
Veja-os e ouça-os agora.
Numa mistura de criatividade e de fúria adolescente, surge a ideia de formar a primeira Boysband de Garagem do país.
Os Azeitonas lançaram recentemente um novo álbum: Salão América.
A faixa mais conhecida e que anda a tocar por aí é: Quem És Tu Miúda.
Veja-os e ouça-os agora.
quinta-feira, setembro 24, 2009
A Literatura
Um dos romances póstumos do escritor chileno Roberto Bolaño vai ser lançado, em Portugal, a 26 de Setembro pela Editora Quetzal, com o título 2666.
Este romance é considerado a sua obra-prima. Tem mais de 1000 páginas referenciadas pela crítica como geniais e magnéticas.
Com este livro, Bolaño adquiriu fama mundial (embora póstumamente) e foi considerado um legítimo herdeiro de Jorge Luís Borges.
Este romance é considerado a sua obra-prima. Tem mais de 1000 páginas referenciadas pela crítica como geniais e magnéticas.
Com este livro, Bolaño adquiriu fama mundial (embora póstumamente) e foi considerado um legítimo herdeiro de Jorge Luís Borges.
quarta-feira, setembro 23, 2009
A Orquestra
Esta é uma orquestra peculiar.
Formada por 170 músicos, com as mais variadas profissões, que vivem nos arredores de Kinshasa. Veja como são superadas as dificuldades que enfrentam os músicos dos países em desenvolvimento para promover a música e a cultura.
Esta é uma apresentação comovente da única orquestra sinfónica da República Democrática do Congo.
Formada por 170 músicos, com as mais variadas profissões, que vivem nos arredores de Kinshasa. Veja como são superadas as dificuldades que enfrentam os músicos dos países em desenvolvimento para promover a música e a cultura.
Esta é uma apresentação comovente da única orquestra sinfónica da República Democrática do Congo.
terça-feira, setembro 22, 2009
Sem Carros
Em 22 de Setembro de 1970, surgiu a seguinte pergunta numa conferência: Será possível convencer os moradores dos subúrbios a não trazerem os seus automóveis para Lisboa?
A pergunta, formulada pelo professor alemão Kurt Leibbrand, técnico da O.C.D.E, durante uma conferência sobre planificação dos transportes urbanos, realizada a 22 de Setembro de 1970, reflectia a dificuldade em convencer os moradores dos subúrbios a não trazerem os carros para a baixa, que era, na altura, o coração comercial de Lisboa.
Para aliviar a intensidade do tráfego naquela zona, com a consequente maior fluidez dos transportes públicos, aquele técnico propunha que se criassem, em vários pontos da cidade, grandes centros autónomos, onde se instalassem os escritórios das grandes empresas, sugerindo, entre outras zonas, a Avenida da Liberdade e a Avenida da República.
Anos mais tarde surge a campanha Na Cidade sem o meu Carro! Esta começou em França, em 1998.
A Comissão Europeia passou a adoptá-la a partir de 2000, através da criação do Dia Europeu sem Carros – dia 22 de Setembro – com o objectivo de apoiar o desenvolvimento de cidades limpas, onde os transportes públicos satisfaçam as necessidades individuais dos cidadãos.
Os principais Objectivos do Dia Europeu Sem Carros consistem em:
• Sensibilizar as pessoas para optarem pelos Transportes Públicos ou por outro modo de transporte alternativo ao automóvel particular;
• Criar uma oportunidade para experimentar essa mudança e para viver a cidade ou a vila de forma diferente;
• Demonstrar que menos carros nas zonas urbanas é sinónimo de maior qualidade de vida para os seus cidadãos.
A pergunta, formulada pelo professor alemão Kurt Leibbrand, técnico da O.C.D.E, durante uma conferência sobre planificação dos transportes urbanos, realizada a 22 de Setembro de 1970, reflectia a dificuldade em convencer os moradores dos subúrbios a não trazerem os carros para a baixa, que era, na altura, o coração comercial de Lisboa.
Para aliviar a intensidade do tráfego naquela zona, com a consequente maior fluidez dos transportes públicos, aquele técnico propunha que se criassem, em vários pontos da cidade, grandes centros autónomos, onde se instalassem os escritórios das grandes empresas, sugerindo, entre outras zonas, a Avenida da Liberdade e a Avenida da República.
Anos mais tarde surge a campanha Na Cidade sem o meu Carro! Esta começou em França, em 1998.
A Comissão Europeia passou a adoptá-la a partir de 2000, através da criação do Dia Europeu sem Carros – dia 22 de Setembro – com o objectivo de apoiar o desenvolvimento de cidades limpas, onde os transportes públicos satisfaçam as necessidades individuais dos cidadãos.
Os principais Objectivos do Dia Europeu Sem Carros consistem em:
• Sensibilizar as pessoas para optarem pelos Transportes Públicos ou por outro modo de transporte alternativo ao automóvel particular;
• Criar uma oportunidade para experimentar essa mudança e para viver a cidade ou a vila de forma diferente;
• Demonstrar que menos carros nas zonas urbanas é sinónimo de maior qualidade de vida para os seus cidadãos.
segunda-feira, setembro 21, 2009
Outono
O Equinócio de Setembro aproxima-se, por isso, o Outono está a chegar. Mais uma vez!
Aqui fica a beleza desta estação através das palavras de dois fantásticos poetas brasileiros e ainda da luz e das cores desta estação, mostradas nas imagens que escolhi.
Em Uma Tarde de Outono
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?
A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!
E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...
Olavo Bilac, in "Poesias"
Canção de Outono
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de Outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles
Aqui fica a beleza desta estação através das palavras de dois fantásticos poetas brasileiros e ainda da luz e das cores desta estação, mostradas nas imagens que escolhi.
Em Uma Tarde de Outono
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?
A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!
E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...
Olavo Bilac, in "Poesias"
Canção de Outono
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de Outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles
domingo, setembro 20, 2009
A História
Vai ser possível visitar as Galerias Romanas da Rua da Prata, em Lisboa. É já nos dias 24, 25, e 27 de Setembro, entre as 10 e as 18 horas.
As Galerias foram descobertas após o terramoto de 1755. Datam, provavelmente, da época do Imperador Augusto.
Esta visita só é possível dois ou três dias por ano. Não perca.
Se não puder vir a Lisboa aproveite para ver o vídeo.
As Galerias foram descobertas após o terramoto de 1755. Datam, provavelmente, da época do Imperador Augusto.
Esta visita só é possível dois ou três dias por ano. Não perca.
Se não puder vir a Lisboa aproveite para ver o vídeo.