sábado, outubro 24, 2020

(Porto – cidade de luz de granito)

 

(O Eugénio de Andrade espera-me num Café.

Atravesso as ruas do Porto – a cidade onde

nasci – com os punhos cerrados de dor.)


Não nasci por acaso nestas pedras

mas para aprender dureza,

lume excedido,

coragem de mãos lúcidas.


Aqui no avesso da construção dos tempos

a palavra liberdade

é menos secreta.


Anda nos olhos da rua

pega lanças aos gestos,

tira punhais das lágrimas,

conclui as manhãs.

Porto - Ester Durães

E  principalmente

não cheira a museu azedo

ou musgo embalado

pela chuva da boca dos mortos.


Começa nos cabelos das crianças

para me sentir mais nascido nestas pedras.


Porto

 – cidade de luz de granito.


Tristeza de luz viril

com punhos de grito.

José Gomes Ferreira - Daqui Houve Nome Portugal (antologia de verso e prosa sobre o porto

organizada e prefaciada por Eugénio de Andrade) - editorial inova - 1968

sexta-feira, outubro 23, 2020

Uma Operação de Desinfeção em 1945


Aprecie o que era e como era feita uma operação de desinfeção em 1945. 

É de ficar sem palavras.

Ora veja e tire as suas conclusões.

quinta-feira, outubro 22, 2020

A Rua da Praia de Pedrouços

A Rua da Praia de Pedrouços é mais uma rua cuja toponímia nos lembra a existência, em tempos recuados, de praias fluviais na cidade de Lisboa.

A Rua da Praia de Pedrouços liga a Rua da Praia do Bom Sucesso à Rua de Pedrouços e foi um topónimo fixado na memória ribeirinha de Lisboa em data que se desconhece.

Sabe-se que nos finais do século XIX e princípios do século XX tiveram o seu apogeu as praias de Pedrouços, da Torre de Belém e da Cruz da Pedra, na zona ribeirinha do Tejo. 

O areal do limite sul do sítio de Pedrouços era o seu grande motivo de fama na 2ª metade do século XIX, já que depois de Belém era a praia dos arrabaldes de Lisboa mais procurada pela aristocracia, pela alta burguesia e até pela intelectualidade da época. Existem referências para o ano de 1873 da presença nesta praia da Viscondessa de Algés, do Conde de Casal Ribeiro, de Fortunato Chamiço e de Eça de Queirós, com as suas famílias.

Esta rua é também conhecida porque aí foi fundada em 1898 a Academia Dramática Familiar e, porque num dos seus edifícios ter aí falecido, José Agostinho de Macedo (1761 – 1831), pregador e polemista panfletário.

quarta-feira, outubro 21, 2020

terça-feira, outubro 20, 2020

The Tibet Solution

The Tibet Solution é um vídeo que é uma chamada de atenção aos líderes mundiais, feita por uma jovem tibetana de seu nome Pema. 
Pema é também a diretora de uma organização internacional juvenil chamada Students for a Free Tibet  (Estudantes Para Um Tibete Livre). Esta organização alerta para o imenso sofrimento do povo tibetano que está sob ocupação chinesa nos últimos 60 anos.
Ora veja. Vale bem a pena. 
Não perca esta oportunidade de conhecer mais um pouco sobre esta realidade.

segunda-feira, outubro 19, 2020

Queria Morar Num Boteco

Oiça a cantora brasileira Joyce Cândido e o português António Zambujo no samba  "Queria Morar Num Boteco" de Roger Resende.

O fato é que eu moro num apartamento

Mas queria mesmo é morar num boteco


Naquele boteco no Morro da Glória

Com aquela vitrine, haja coração

Queijinho no espeto e jiló recheado

Cerveja gelada e uma com limão

Na Fonseca Hermes figuinho descendo

Mais uma com mel, eu vou de repeteco


O fato é que eu moro num apartamento 

Mas queria mesmo é morar num boteco.


É tanta história que eu nem te conto

E tem sempre um mala só no blábláblá

Mas já tenho na casa meu canto cativo

Pra ficar bebendo e filosofar

Eu mesmo resolvo meu atendimento

Já sou escolado nesse dialeto


O fato é que eu moro num apartamento

Mas queria mesmo é morar num boteco

E quando o samba chega de mansinho

Pandeiro, viola, cavaco e tantan 

Olho no relógio e levo aquele susto

Já passam das quatro horas da manhã

Aí vem o dono do estabelecimento

Querendo acabar com o meu telecoteco


O fato é que eu moro num apartamento

Mas queria mesmo é morar num boteco

Compositor: Roger Resende 



domingo, outubro 18, 2020

O Último Tricô

Proponho-lhe que veja, em baixo, a curta metragem de animação "The Last Knit" (O Último Tricô) de Laura Neuvonem (Finlândia, 2005) que retrata a complexa trama das compulsões, ou seja, retrata de forma brilhante o transtorno obsessivo-compulsivo! 
 
Sinopse:
Determinada a tricotar os seus novelos de lã, a personagem coloca-se na cena, sentada numa cadeira diante de um abismo, com as suas agulhas e novelos e então começa a sua tarefa.
De imediato podemos ver que se trata de uma atividade solitária e com poucos recursos à sua volta. A paisagem é inóspita, sem outros atrativos. A sua atenção, determinação e energia está totalmente voltada para a tarefa. Nada mais importa ou chama a sua atenção, nem mesmo a possibilidade de perder a vida, caindo no abismo.
É exatamente assim que nos colocamos diante de uma atitude compulsiva. O nosso mundo volta-se apenas para a necessidade interna relacionada com o impulso, em detrimento de qualquer outra necessidade, até mesmo as relacionadas com a da sobrevivência.