sábado, setembro 21, 2019

A Antiga Colónia Agrícola de Pegões

Santo Isidro de Pegões é uma aldeia rural portuguesa localizada no concelho de Montijo que tem a particularidade de ser uma obra do modernismo português.
Foi planeada e construída de raiz há 65 anos pela Junta de Colonização Interna, uma estrutura que tinha como objetivo a colonização de terrenos e o desenvolvimento agrícola.
A Antiga Colónia Agrícola de Pegões fica situada a cerca de 20 de Km do Montijo e inclui os lugares das Faias e de Pegões Velhos, na freguesia de Pegões, concelho de Montijo. É um espaço agrícola de grande qualidade, com um património edificado com grande valor (as casas dos colonos, as igrejas, as escolas do ensino básico, a casa do padre, a casa do professor, etc.) e com uma cooperativa agrícola que produz dos melhores vinhos do mundo.
O principal arquiteto deste projeto, único a sul do Tejo, foi Eugénio Correia e tudo isto pode ter um grande valor turístico.
Se quiser ficar a saber mais sobre este assunto assista ao vídeo abaixo, ou ao programa da RTP, Visita Guiada,  clicando aquidedicado à Colónia Agrícola de Pegões.


sexta-feira, setembro 20, 2019

22 Segredos de Beleza





Fique a conhecer através do vídeo abaixo 22 segredos de beleza para poder ter uma imagem perfeita.
Não perca esta oportunidade
Ora veja!

quinta-feira, setembro 19, 2019

A sensação de falsa segurança



A sensação de falsa segurança alimentada pela sociedade de que Bauman já nos tinha alertado quando disse:
"A incerteza, a principal causa da insegurança, é o instrumento mais decisivo de poder".  Vendem-nos segurança como um remédio, enquanto nos roubam o nosso verdadeiro valor, deixando-nos a enfrentar riscos sem estarmos preparados.

quarta-feira, setembro 18, 2019

As Palavras

Ficarão para sempre abertas as minhas
salas negras.
Amarrado à noite,
eu canto com um lírio negro sobre a boca.

Com a lepra na boca,
com a lepra nas mãos.
Este mamífero tem sal à volta,
este mineral transpira, a primavera precipita-se.

Com a lepra no coração.
Mais de repente,
só chegar à janela e ver uma paisagem tremendo
de medo.

E uma vida mais lenta
só com uma estrela às costas,
uma tonelada de luz inquieta,
uma estrela respirando como um carneiro
vivo.

Igual a esta espécie de festa dolorosa,
apenas um ramo de cabelos violentos
e o seu odor a pimenta,
no lado escuro
como se canta que as salas vão levantar
o seu voo.

Ficarão para sempre abertas estas mãos exageradas
em dez dedos com sono,
como uma rosa acima do pénis.

Ao cimo do caule de sangue,
essa flor confusa.
Um equilíbrio igual,
só a estrela ao cimo do êxtase.

Só alguma coisa parada no cimo de uma visão
tremente.
A primavera, que eu saiba,
tem o sal como cor imóvel,

Por um lado entra a noite,
assim de súbito negra.

De uma ponta à outra enche-se o espaço
aplainando tábuas.
Rasga-se seda para aprender o ritmo.
Abraço um corpo com as camélias
a arder.

Abertas para sempre as negras partes
de mais uma estação.

Semelhante a isto
as mulheres andam pelas galerias transparentes,
e o palácio queima a noite onde estou
cantando.

É possível ainda cortar ao meio o ofício de ver —
e num lado há espelhos bêbedos,
no outro um cardume ilegível de sons
obscuros.

Sabe-se então pelo silêncio em volta,
sabe-se em volta que são lírios
sonoros.

Passando
as mulheres colhem estes sons irrompentes,
e as mãos ficam negras junto à beleza
insensata.

Elas sorriem depois com um talento
terrível.
Levamos às costas um carneiro palpitante.

Pesa tanto uma estrela
quando se acorda nas salas negras abertas de par em par,
e as mãos agarram um ramo de cabelos dolorosos,
e sobre a boca um lírio em brasa,
branco, branco,

que não nos deixa respirar.
A lepra na boca,
que não nos deixa respirar.

Um ramo de lepra contra o corpo,
como isto então só o movimento de águas obscuras
pelos canais de um canto,
como um palácio de salas negras abertas
para sempre.

Este animal respira como um espelho de pé,
no ar,
no ar.
Herberto Helder

terça-feira, setembro 17, 2019

O Nosso Cônsul em Havana

O Nosso Cônsul em Havana é uma série ficcional televisão portuguesa inspirada livremente no período em que Eça de Queiroz foi Cônsul de Portugal em Cuba, à época colónia espanhola. Realizada por Francisco Manso (Assalto ao Santa Maria, A Ilha dos Escravos, O Testamento do senhor Napomuceno) e escrita por António Torrado com colaboração de José Fanha, a série é uma ficção histórica com base em factos reais contada em 13 episódios de 45 minutos.
Em 1871 caiu o Governo que proibira as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, lideradas por Antero de Quental, onde Eça de Queiroz interviera.
No ano seguinte Eça é nomeado Cônsul, em Havana, por Andrade Corvo, Ministro dos Negócios Estrangeiros do novo Governo de carácter mais liberal.
Em Cuba, colónia espanhola, continua a escravatura.
Existem cerca de cem mil contratados chineses que saem da China através de Macau com documentos portugueses.
Eça segue para Havana com o encargo de tentar resolver o problema dos chineses, tratados como escravos nas plantações de cana-de-açúcar. Durante o tempo em que lá permanece, Eça não deixa por mãos alheias os seus méritos de sedutor e vive um amor escaldante com Mollie, filha do General americano Bidwell, uma jovem moderna e apaixonada que se sente tão à vontade à mesa de póquer como no jogo da sedução. Seguiremos também a história de Lô, uma menina chinesa que embarca clandestinamente para Cuba e que é ajudada por um marinheiro de bom coração, que a entrega às freiras do Convento de Santa Clara.
Para ajudarem Lô a escapar das garras do grande traficante de escravos da Ilha, Don Zulueta, vão convergir pessoas de bem e defensoras da liberdade: o jornalista e livre-pensador Vicente Torradellas, D. Antónia Morales, proprietária de terras, a Madre Filomena, o próprio Eça de Queiroz e o seu amigo Juan, um rapazito engraxador cheio de manhas e artimanhas necessárias à sobrevivência numa cidade como Havana. Se ainda não viu nenhum episódio não deixe de o fazer clicando aqui.  Entretanto para lhe abrir o apetite não deixe de ver, clicando aqui, o Makinf Off desta série. 

segunda-feira, setembro 16, 2019

As Viúvas

As Viúvas são um doce tradicional de Braga, com origem no antigo Convento dos Remédios, com uma apresentação idêntica aos pastéis de nata (segundo algumas receitas) ou de trouxas (segundo outras).
Como um bom doce conventual estão carregadinhos de gemas de ovo e açúcar e têm um leve sabor a noz. Inicialmente, eram simplesmente conhecidas como os pastéis dos Remédios. Certo é que desde o século XVIII já ninguém conhece estes doces senão como Viúvas de Braga.
Até à sua definitiva extinção em 1908, este convento era responsável pela produção de doçaria tradicional bracarense, que era depois comercializada em vários locais da cidade. De todos os doces produzidos pelas freiras franciscanas do Convento dos Remédios, eram as viúvas que tinham maior destaque, sendo muito apreciadas pelos bracarenses.
A tradição bracarense de consumir este doce manteve-se até meados do séc. XX. Depois as viúvas caíram no esquecimento, tendo sido a investigação histórica que contribuiu para que a receita fosse recuperada. A mesma permanecera intocada em apontamentos de cozinha das famílias mais antigas da cidade e nos livros onde as freiras registavam diariamente os gastos da cozinha, guardados no Arquivo Distrital de Braga.
Foi então uma investigação que as trouxe de volta à doçaria, graças à preservação de livros e dos registos das freiras franciscanas.
De um modo geral, as viúvas são feitas com uma massa de manteiga, farinha, ovos e leite e com um recheio de açúcar, gemas de ovo e noz. Depois, o doce é, normalmente, embrulhado em papéis recortados e fechados com fitas azuis e amarelas.
Para que não caiam de novo no esquecimento aqui fica uma receita deste doce bracarense.

Ingredientes:
½ colher (café) de canela
125 g de miolo de noz partida em pedaços muito miúdos
15 gemas
3 claras
500 g de açúcar
raspas de 1 laranja

Confeção:
Leve o açúcar ao lume a fazer ponto de espadana (aos 117º C – ao retirar a colher depois de a mergulhar na calda, esta escorre em fitas largas, com o aspeto de lâmina).
Junte as nozes à calda e deixe ferver cerca de 2 minutos.
Retire o preparado do lume e deixe arrefecer.
Bata, juntamente, as gemas com as claras.
Acrescente os ovos batidos à calda, já morna, assim como a canela e raspa da laranja. Envolva bem.Deite o preparado em formas de queques bem untadas com manteiga  e disponha-as num tabuleiro.
Leve a cozer cerca de 25 minutos (convém verificar a cozedura). 
Noutra receita depois de feito o recheio, corte a massa em quadrados, recheie e modele trouxas. Disponha-as num tabuleiro e leve ao forno por cerca de 25 minutos.
E agora bom apetite.

domingo, setembro 15, 2019

João e Maria

Veja o vídeo oficial da faixa "João e Maria" (Ao Vivo), do DVD "Carioca ao Vivo", gravado no Canecão por Chico Buarque.
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três

Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz

E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido

Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem era nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim

Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim.