sexta-feira, junho 28, 2019

O Mês dos Santos Populares

Está a terminar o mês dos Santos Populares. A sardinha assada no pão, os manjericos, as quadras aos santos, as marchas, as rusgas, os balões, os martelos, os bailaricos e o fogo-de-artifício têm animado o país de norte a sul e ilhas.
Deixe-se contagiar pela magia dos Santos Populares e descubra ainda as festas e arraiais em honra de São Pedro.
Hoje 29 de junho é dia de São Pedro, o santo protetor dos pescadores. Este dia é celebrado em Sintra com diversas festividades gratuitas, tendo o ponto alto lugar no Largo de São Pedro, entre febras, sardinhas e os tradicionais doces como os travesseiros e as queijadas.
As rusgas, em que os participantes estão vestidos com trajes locais, saem à rua, na Póvoa do Varzim, onde exibem os seus tronos ao santo da sua devoção.
Mas, se está na Madeira ou nos Açores ainda pode assistir às Festas da Espada Preta e da Ribeira Brava que homenageiam São Pedro em Câmara de Lobos, Madeira, e, nos Açores, é no Pico e em S. Miguel que reina a animação.

Nome de Código - Lise

Nome de Código - Lise é um livro de Larry Loftis que conta a verdadeira história da espia mais condecorada da segunda Guerra Mundial. O escritor norte-americano Larry Loftis, dá-nos a conhecer uma mulher cujas ações e altruísmo lhe granjearam as maiores honras e reconhecimento de uma nação agradecida.
A sua história foi também contada no filme Odette (1950) realizado por Herbert Wilcox
Aqui fica mais esta sugestão de leitura para as férias de verão.

Sinopse:
Em 1942, ainda não se vislumbra um fim para a Segunda Guerra Mundial. Odette Sansom, mãe de três meninas, decide seguir o exemplo heróico do pai na Primeira Guerra Mundial e torna-se agente SOE — Executivo de Operações Especiais — para ajudar a Grã-Bretanha e a sua amada pátria, a França.
Após cinco tentativas falhadas e um acidente de avião, Odette desembarca por fim na França ocupada para dar início à sua missão. E é aqui que conhece o seu oficial superior, o capitão Peter Churchill.
À medida que completam com êxito missão atrás de missão, Peter e Odette apaixonam-se. Mas cada sucesso aproxima os inimigos da sua localização, até que o impensável acontece: são traídos por outro agente! Detidos e enviados para a prisão em Paris, Odette é entregue à Gestapo. Interrogada 14 vezes e sujeita a tortura, nunca quebrou.
Mesmo quando foi enviada para o inferno no campo de concentração de Ravesnbrück, na Alemanha, acreditou sempre que sobreviveria para se reencontrar com Peter.

Críticas de Imprensa:
"A história de como uma mãe "comum" de três meninas se tornou na mulher mais condecorada da Segunda Guerra Mundial."
New York Post

quinta-feira, junho 27, 2019

A Ruiva e A Taça do Rei de Tule

A Ruiva e a Taça do Rei de Tule são dois livros, que hoje recomendo, do escritor português Fialho de Almeida.
Fialho de Almeida formou-se em medicina e a sua passagem pela capital (“cidade de frades, beatas e desembargadores”, Almeida, 1903: 7) ficará impressa em muitas páginas acintosas, nomeadamente no volume Lisboa Galante (1890a), cujo contraponto surge em A Cidade do Vício (1882), coletânea de contos de pendor realista, onde o narrador se apresenta como “peregrino” (Almeida, 1882: 13) por entre “campos e terreolas” (Almeida, 1882: 13), colhendo uma “singular lucidez” (Almeida, 1882: 13) do facto de não ler sequer jornais.

Sinopse:
Na Ruiva de Fialho de Almeida testemunhamos a visceralidade e nudez do primeiro corpo que este médico analisou literalmente: a Ruiva, que acaba por nos fornecer o conhecimento do nosso próprio corpo.
É à luz da estética naturalista, mas também do crivo decadentista que se compreende a construção da personagem Carolina, conhecida pela Ruiva, que protagoniza o título homónimo.

De acordo com Helena Matos este é um Pequeno Grande Livro de um Escritor (Ainda) na Sombra (27/11/2014).

"De Fialho de Almeida, não se percebe o porquê de não ombrear com os nomes grandes da nossa literatura. Ainda algo desconhecido e certamente pouco valorizado, tem nesta sua Ruiva um dos exemplos mais sintéticos e claros da sua originalidade. Este é um romance fabril, industrial, e é incrível como se sentem a imundície, os pulmões doentes, o vinho fraco das tabernas, as ruas sujas dos bairros pobres de Lisboa. E a forma como a miséria molda o espírito e dita os gestos, embrutecendo tudo, ditando um ''fado'' irreversível de não se saber ser de outra forma. Lê-se num fôlego, tão cru como o amor que também paira nesta história. Um dos meus livros de eleição, que merece ser descoberto por muito tempo."

quarta-feira, junho 26, 2019

Paraísos Cercanos: O Norte de Portugal

"Paraísos Cercanos"é um dos programas veteranos da Televisão Espanhola. Tem como finalidade dar a conhecer diferentes países a potenciais viajantes sugerindo-lhes destinos à medida das suas possibilidades e da sua imaginação.
A aproximação e o entendimento da diversidade de paisagens, culturas, história e gentes são o objetivo deste programa de produção da própria TVE.
Este programa com 11 anos de antena, dedicou alguns episódios ao nosso país, tendo no episódio que lhe proponho que veja em baixo, visitado Solares de Portugal, o Porto e o Norte de Portugal.
Ora veja. Não perca esta oportunidade.

terça-feira, junho 25, 2019

O Traje de Montar à Portuguesa

O Traje de Equitação tradicional que hoje vemos na Feira de S. Martinho, na Golegã, é o traje popular que se usava em Portugal para montar, nos trabalhos do campo e nos momentos lúdicos no século XIX e inícios do Século XX.
O Traje masculino, difere do traje mais popular pelo chapéu e pela riqueza dos tecidos e de alguns adornos.

O chapéu de hoje de aba larga, perdeu a virola e a copa é “metida para dentro” desenhando um rebordo a que alguns chamam o “tachinho”.
O colete persistiu como peça de indumentária que vem da Idade Média evoluído do loudel ou do gibão e sobre ele assenta a jaqueta cortada a direito nas costas, por cima da linha da cintura. A jaqueta (com inúmeros modelos de golas) fecha com botões de osso, prata ou outros metais ou com alamares ricos, algumas vezes recordação de um familiar próximo.
A calça é de cós alto, segura com suspensórios e na cintura bem ajustada e com as franjas à esquerda, enrola-se a cinta, usualmente negra no trabalhador rural e vermelha no campino.

 A calça desce a direito até à bota de pele de carneira ou de vitela, terminando em boca-de-sino no cavador da terra e a direito, sem dobra e um pouco acima do tornozelo, quando se pretende montar a cavalo, tapando a polaina ou o botim ou a bota alta com salto de prateleira. Com o traje rico as polainas, botins ou botas altas são de polimento.

No campino persistiu o calção, modelo do século XVIII usado até à Revolução Francesa, com meia branca até ao joelho sem polaina, com sapato de salto de prateleira onde assenta a espora ou o esporim de lira.
A camisa é branca, sem gravata ou laço, de colarinho com as pontas redondas viradas para o peito, fechado por botões em casas ou por abotoaduras de ouro ou prata, duplas ou singelas. A carcela da camisa ‘pode ser adornada de folhos, num resquício do traje rico da corte do século XVIII.

A mulher do campo não montava a cavalo. Daí que as senhoras “de posses” (as Amazonas) vestem a moda estrangeira, que entretanto o contacto facilitado com os novos meio de comunicação, permitia que lhes chegasse do Reino Unido e de França. É difícil por isso encontrar um genuíno modelo português, mas o exemplo pode ver-se na Rainha Senhor Dona Amélia que montando à Amazona usava quer o traje Inglês, quer o traje que se pode entender como português, com chapéu de virola de aba mais curta que o modelo do chapéu de homem e adornado de dois “pom-pom”, que se designava por “chapéu serrano” e jaqueta curta de corte bem feminino, ou jaqueta de quartos e quartilhos com camisa de carcela enfeitada de folhos.

Quando as Senhoras começam a montar sem ser de lado a saia de amazona é substituída por uma saia comprida até abaixo do tornozelo.
Por baixo desta saia fendida à frente e atrás para “cair” para os dois lados da sela, a Amazona continua a vestir, como o fazia com a saia de amazona de anos atrás, um calção comprido até ao tornozelo, que aperta, como se fosse no punho, por três botões em casa. Este calção não era nem deve ser uma calça à homem cortada a direito, (ao contrário do que erradamente se vê hoje) pois nessa época exigia-se rigorosa distinção no modo de trajar entre os dois sexos.
Por este facto as Senhoras não usam colete, que como atrás foi dito é peça própria da indumentária masculina.

Com o Traje de Amazona calça-se botina de cano curto e de tacão pouco alto e com o traje de montar bota ou  botim que nos últimos anos ganhou tacão, sem perder o salto de prateleira.

Fonte: O Traje Português - Feira da Golegã.

segunda-feira, junho 24, 2019

As noites do Porto

Shakespeare podia ter vivido aqui. Podia
ter dançado na noite de S. João, quando o rio
transborda para as ruas nas correntes
humanas que as inundam. Podia ter escrito
nos invernos de ausência o que a noite
ensina sobre a privação. Podia ter
ensinado, à beira do cais, que o tempo lascivo
corre como a água, levando o que não há-de
voltar e trazendo o que nunca terá nome
nem corpo. As almas, que empalidecem quando
o sol poente se reflecte nos vidros,
cantam bruscamente o verão: reflexo de um
reflexo, frutos que se deixam colher pela
memória, seres sem ser que não hão-de voltar
a nascer. Mas o que ele cantou, podia
tê-lo cantado aqui. Todos os lugares são,
afinal, lugar nenhum para quem não habita
senão a própria voz: sonho de outra margem,
cantor perdido no labirinto das pontes. Perto
da foz, sem o saber; sonhando a nascente,
como se não fosse ele próprio a única fonte.
Nuno Júdice

domingo, junho 23, 2019

Epitáfio

Veja o videoclipe oficial do tema ''Epitáfio'' da banda brasileira Titãs.
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier
O acaso…