sábado, abril 16, 2016

A Boa Mentira

A Boa Mentira é um filme (2014), com argumento de Margaret Nagle e realizado pelo americano Philippe Falardeau, que conta com as interpretações de Reese Witherspoon, Corey Stoll, Sarah Baker, Emmanuel Jal, Arnold Oceng, Ger Duany e Kuoth Wiel. Alguns destes atores viveram de perto a experiência mostrada no filme.
Sinopse:
Este drama inspirado em factos reais, conta a história de um jovem sobrevivente da Guerra Civil do Sudão que, ao lado de outros três homens sudaneses, Mamere (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger Duany) e Paul (o músico Emmanuel Jal), têm a oportunidade de sair do país e conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. São acolhidos por uma assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que pouco conhece sobre o duro passado de cada um. Ela é uma mulher solteira, bem resolvida e muito prática, o que lhes parece estranhíssimo. Aos poucos, tornam-se amigos e descobrem uma nova visão de mundo.
De referir ainda que, entre 1983 e 2005, durante os anos da Guerra Civil que assolou o Sudão, estima-se que mais de dois milhões de pessoas tenham perdido a vida. Em busca de abrigo, um sem-número de famílias, sobretudo crianças, deixou as suas casas e seguiu em direcção a campos de refugiados. Alguns anos mais tarde, um esforço humanitário levou para os EUA algumas destas crianças.

sexta-feira, abril 15, 2016

Os cinco sentidos

São belas - bem o sei, essas estrelas
Mil cores - divinais têm essas flores;
Mas eu não tenho amor, olho para elas;
      Em toda a natureza
      Não vejo outra beleza
      Senão a ti - a ti!

Divina - ai! sim, será a voz que afina
Saudosa - na ramagem densa, umbrosa.
Será; mas eu do rouxinol que trina
      Não oiço a melodia,
      Nem sinto outra harmonia
      Senão a ti - a ti!

Respira - n'aura que entre as flores gira,
Celeste - incenso de perfume agreste.
Sei... não sinto: minha alma não aspira,
      Não percebe, não toma
      Senão o doce aroma
      Que vem de ti - de ti!

Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo - de néctar o racimo:
E eu tenho fome e sede... sequiosos,
      Famintos meus desejos
      Estão... mas é de beijos,
      E só de ti - de ti!

Macia - deve a relva luzidia
Do leito - se por certo em que me deito;
Mas quem, ao pé de ti, quem poderia
      Sentir outras carícias,
      Tocar noutras delícias
      Senão em ti - em ti!

      A ti! ai, a ti só os meus sentidos
      Todos num confundidos,
      Sentem, ouvem, respiram;
      Em ti, por ti deliram.
      Em ti a minha sorte,
      A minha vida em ti;
      E quando venha a morte,
      Será morrer por ti.
Almeida Garrett -  Folhas Caídas 

quinta-feira, abril 14, 2016

A Aldeia do Marco

A aldeia do Marco (ou Várzea Grande) é uma aldeia que faz parte da freguesia de Esperança, no concelho de Arronches (Alentejo). Esta aldeia está separada da sua irmã gémea a aldeia de El Marco (freguesia do concelho de La Codosera (Badajoz) pela Ribeira de Abrilongo.
A particularidade desta aldeia geminada é o facto de estar separada pela fronteira e por uma ribeira. Até à criação de uma estrada de ligação entre ambos os países, a única forma de comunicação possível era uma pequena ponte sobre a Ribeira de Abrilongo. 
Esta ponte tem apenas 6 metros de comprimento e é a ponte internacional mais pequena do mundo. Atravessa a fronteira entre Portugal e Espanha ligando as pequenas povoações de Várzea Grande e El Marco. Na parte portuguesa da aldeia existe um marco fronteiriço, o 713-B, colocado na sequência do Tratado de Limites de Lisboa de 1864.
Esta região foi colonizada por camponeses alentejanos, nomeadamente no último quartel do século XIX, abrangendo grande parte do território do concelho ou ayuntamiento de La Codosera, o que nos permite falar de uma Extremadura portuguesa ou alentejana ou de um Alentejo espanhol ou extremenho. Não admira, pois, que o casario tradicional, seja fundamentalmente alentejano.
A aldeia situa-se numa região rural, onde o português é a língua normal de comunicação, pouco desenvolvida, em que a agricultura (oliveira) continua a ser importante tal como o comércio, tanto na parte portuguesa como na espanhola, com duas lojas de venda a retalho de relógios, toalhas, candeeiros, faqueiros, etc., direccionados claramente para um cliente espanhol que procura em Portugal bons produtos a preços mais reduzidos.
Devido ao comércio e à proximidade com Espanha, os contactos transfronteiriços são muito intensos, o que tem originado matrimónios mistos muito frequentes.
A aldeia de Marco fica integrada no Parque Natural da Serra de São Mamede, o que é um bom motivo para fazer excursões pela serra.

quarta-feira, abril 13, 2016

A Flor-do-beijo

1. A Flor-do-beijo ou Psychotria elata
A Psychotria é um género botânico que compreende aproximadamente 1900 espécies de plantas com flores, que pertence à família Rubiaceae.
Uma das variedades desta planta tem o nome científico Psychotria Elata.
A flor-do-beijo é uma planta arbustiva ou uma pequena árvore, semilenhosa e florífera, que chama a atenção principalmente pelas suas flores, de brácteas vermelho vivo, brilhantes e que lembram lábios carnudos. Esta variedade é vulgarmente conhecida pelos nomes populares: Flor-do-beijo, Flor-de-lábios, Lábios-de-prostituta, Lábios-quentes, Planta-dos-lábios-quentes ou Lábios de Hooker.
É uma planta que surge em estado selvagem, nas regiões de climas tropicais ou equatoriais da Amérca Central e do Sul, nomeadamente na Colômbia, no Equador, na Costa Rica, nas Honduras, no Panamá, no México, na Jamaica e em Belize.
Só se encontra ao pé de árvores das florestas tropicais e nas margens de riachos e pequenos sulcos de água.
Na Colômbia de onde é originária, está ameaçada de extinção, pela desflorestação do seu habitat.

terça-feira, abril 12, 2016

Miúda Linda

Oiça Nelson Freitas em Miúda Linda (2015).
Nelson Freitas (Lisboa, 1975) é um cantor e produtor musical holandês, de origem cabo-verdiana. O seu estilo musical incorpora R&B e hip-hop combinados com zouk, kizomba e música tradicional de Cabo Verde.
Ainda adolescente, aprendeu a entreter o público através do breakdance. Depois, tornou-se vocalista do grupo Quatro (posteriormente, Quatro Plus). Atualmente assume-se como produtor, escritor, cantor, engenheiro e dono da GhettoZouk Music, um selo criado por Nelson Freitas com artistas como Chelsy Shantel & William Araujo.
Em 1997, o CD de compilação de Mobass Presents foi lançado com a faixa Hoje em Dia, que lançou oficialmente os Quatro no mercado. O grupo lançou três álbuns: 4-Voz (Quatro Vozes) em 1998, Bem Conche (Vem conhecer) em 2002, e Ultimo Viagem em 2005. Após estes três álbuns com o grupo, Nelson, criou o seu álbum a solo chamado Magic, em 2006. Este álbum lançou a sua carreira a nível mundial.
Em 2010 Nelson lançou o seu segundo álbum, My life, do qual se destacaram títulos como Rebound Chick, Saia Branka e Nha Primere Amor.
Em 2013 Nelson lançou o 3 º álbum Elevate, onde contou com a colaboração de artistas e produtores de diferentes etnias, como Angola, Cabo Verde, Congo, Holanda e Marrocos.

Ela é a miúda mais linda que eu ja vi na minha vida
As curvas dela me fazem enlouquecer logo na hora
Quando ela me toca ela me domina
Ela me fascina com um simples beijo na boca

Ninguem me engana que tu es a miuda que me faz
Sentir calor sentir o amor sentir-me bem
Podem falar o que quiserem mas eu nao me importo
Contigo eu sei que eu vou mais alem

Essa miuda é linda, oh!
Ela me faz fazer coisas que eu nunca fiz na minha vida
Linda, oh!
'To a gostar, fazer coisas que nunca fiz por ninguem não

Eu não me importo se ando a gastar a toa
É só com ela que eu vejo a minha vida numa boa
Ela é tão bonita, ela ilumina a minha vida
Só Deus é que sabe, bi 'tá bo tão feliz!

Ninguém me engana que tu és a miuda que me faz
Sentir calor sentir o amor sentir-me bem
Podem falar o que quiserem mas eu nãome importo
Contigo eu sei que eu vou mais além

Essa miuda é linda oh!
Ela me faz fazer coisas que nunca fiz na minha vida
Linda oh!
'To a gostar fazer coisas que nunca fiz por ninguem não

Miuda linda, tão bonita
Fazer coisas que nunca fiz na minha vida
Miuda linda, tão bonita
Fazer coisas que nunca fiz por ninguem não

Essa miuda é linda oh!
Ela me faz fazer coisas que nunca fiz na minha vida
Linda oh!
'To a gostar fazer coisas que nunca fiz por ninguem não

segunda-feira, abril 11, 2016

Orquídeas Raras

1 – Peristeria elata
Peristeria é um género botânico pertencente à família das orquídeas (Orchidaceae).  A espécie tipo é a Peristeria elata Hooker. O nome do género vem do grego peristerion, pequeno pombo, em alusão à forma das suas flores.
A estrutura central similar a uma pomba branca rendeu a essa orquídea o apelido de "Orquídea do Espírito Santo". Encontra-se na América Central, desde a Costa Rica à floresta Amazónica, no Equador, Perú, Colômbia, Guianas e norte do Brasil.

2 – Habenaria radiata
Esta é uma das mais famosas orquídeas japonesas. Apesar de ser muito conhecida no mundo inteiro, esta espécie está em perigo de extinção no estado selvagem.
Aqui a semelhança é difícil de negar: a parte central e as "asas" fazem com que esta orquídea se pareça com uma garçota (um tipo de garça). Encontra-se na China, no Japão, nas Coreias do Norte e do Sul e na Rússia.

domingo, abril 10, 2016

A aldeia de Rio de Onor

A aldeia de Rio de Onor está inserida no Parque Natural de Montesinho, concelho de Bragança, sendo atravessada pela fronteira com Espanha. De um lado fica, Rio de Onor, do outro, Rihonor de Castilla.

Rio de Onor é uma aldeia, (foi freguesia raiana, portuguesa) com 44,16 km² de área e 76 habitantes (2011). O que dá uma densidade populacional de 1,7 hab/km².

Subsiste ainda como aldeia comunitária. Se quiser conhecer melhor este tema recomendo-lhe a leitura de Rio de Onor - Comunitarismo Agropastoril (1953), de Jorge Dias (1907 – 1973), um prestigiado etnólogo português.

O comunitarismo pressupõe partilha e entreajuda de todos os habitantes:
  • Partilha dos fornos comunitários;
  • Partilha de terrenos agrícolas comunitários, onde todos devem trabalhar;
  • Partilha de um rebanho, pastoreado nos terrenos comunitários.

Rio de Onor tem em comum com a alentejana aldeia de Marco uma outra característica única: é atravessada a meio pela fronteira internacional entre Portugal e Espanha. Sendo, para efeitos oficiais, a parte espanhola distinguida como Rihonor de Castilla, Mas, para os seus habitantes, é apenas o povo de acima e povo de abaixo, não se distinguindo como dois povoados diferentes como, erradamente, é escrito por alguns.

O povoado singular assume, para além de um regime de governo próprio, um dialecto próprio e quase extinto, pertencente ao grupo do asturo-leonês, à semelhança da língua mirandesa.
Tipicamente trasmontana, a aldeia apresenta casas tradicionais compostas por dois andares: no andar de cima moram as famílias, no andar de baixo abriga-se o gado, os cereais e outros produtos da terra.

Esta aldeia comunitária é uma das mais bem preservadas do Parque Natural de Montesinho, com casas típicas serranas em xisto de varandas alpendradas, muito bem recuperadas.
Rio de Onor é atravessada pelo rio Onor, também conhecido como rio Contensa. A praia fluvial convida a momentos de lazer e descanso, tal a limpidez das águas que a beijam.

Em Rio de Onor, descubra a Ponte Romana, a Igreja Matriz, o forno, a forja e os moinhos comunitários.

Conheça ainda melhor esta região percorrendo o Roteiro da Baixa Lombada e Onor, que atravessa as aldeias de Baçal, Sacoias, Aveleda e Varge.

O artesanato típico da aldeia de Rio de Onor engloba peças de cestaria e carpintaria.
Na gastronomia destacam-se os saborosos enchidos.

Das tradições ancestrais de Rio de Onor merecem atenção especial o rionorês - dialeto que nasceu da mistura do castelhano e do português, ainda hoje, é falado na aldeia - e a Festa dos Reis (6 de janeiro), um rito da puberdade que envolve a participação dos rapazes solteiros da aldeia.

Vale a pena dar uma vista de olhos nestas imagens: