quarta-feira, maio 04, 2016

Nova Caledónia: a ilha que fica no fim do mundo

A Nova Caledónia é um arquipélago da Oceania situado na Melanésia — alguns graus a norte do Trópico de Capricórnio. Trata-se de uma comunidade especial, pertencente à França.
O Acordo de Nouméa criou um estatuto especial para este território, além de ter previsto a realização de um referendo local acerca da sua independência ou da manutenção do seu estatuto como parte integrante da República Francesa.
A Nova Caledónia é a porção de terra mais distante do seu respectivo país soberano, estando localizada a aproximadamente 16 000 km de distância da França continental. Possui uma superfície de 18 575 km². Está situada no Oceano Pacífico, a 1 500 km a leste da Austrália e a 2 000 km a norte da Nova Zelândia.
O arquipélago inclui a ilha principal de Grande Terre, as ilhas Lealdade, o arquipélago Belep, as ilhas de Pines e algumas ilhas remotas. As Ilhas Chesterfield do mar de Coral também fazem parte da Nova Caledónia. A capital do território é Nouméa.
Conta com uma população de cerca de 250 mil habitantes. Os povos nativos são do grupo melanésio, conhecidos como canaques, representando 45% do total da população; cerca de um terço são europeus, especialmente franceses, e a restante  população é constituída por polinésios e vietnamitas.
As lagoas da Nova Caledónia - Património Mundial da
Unesco - Maravilhas Naturais
A língua oficial é o francês, porém, os nativos utilizam um conjunto de línguas melanésias relacionadas umas às outras, conhecidas como línguas canaque.
O nome Nova Caledónia foi-lhe atribuído pelo explorador britânico capitão James Cook, que viu semelhanças entre a paisagem local e as terras altas da Escócia.
Em 1853, o território é anexado pela França e torna-se um destino para milhares de prisioneiros vindos da Europa.
A gradual tomada de terra aos povos nativos fez com que estes alimentassem um sentimento de revolta contra os ocupantes brancos. As tensões explodem finalmente em 1878, quando os canaques promovem ataques, em que cerca de 1000 indivíduos são mortos, o que obriga a uma forte repressão da metrópole.
O nacionalismo canaque continuará com uma forte oposição ao domínio europeu.
Em meados dos anos 80 do século XX essas diferenças resultam em novos confrontos violentos. A França é obrigada a declarar o estado de emergência e enviar pára-quedistas para conter os protestos.
Como solução para os distúrbios é assinado em 1988 o Acordo de Matignon, que propunha o fim do domínio direto de Paris e um referendo sobre a independência, a ser realizada em 1998. Outro importante ponto era o comprometimento da França enfrentar o desequilíbrio económico entre os mais ricos, principalmente europeus, habitantes da província do sul (a metade sul da Nova Caledónia).
O referendo acaba por ser adiado com a assinatura  do Acordo de Nouméa, de 1998, que deu maior autonomia à Nova Caledónia e estipulou que a votação acerca independência fosse realizada entre 2014 e 2019.

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