sábado, junho 06, 2015

Os Iazidis e o Anjo Pavão

Os iazidis (ou yazidis), são uma comunidade étnico-religiosa curda cujos membros praticam uma antiga religião sincrética, o iazidismo, uma espécie de iazdanismo ligada ao zoroastrismo e a antigas religiões da Mesopotâmia. A maior parte dos seus membros vive ou é originária da província de Ninawa, no norte do Iraque, cuja capital é Mossul, uma região que fez parte da antiga Assíria e foi o centro do Império Neoassírio, mas também há comunidades na Arménia, Geórgia e Síria, as quais têm registado um acentuado declínio desde a década de 1990, devido à emigração para a Europa Ocidental, sobretudo para a Alemanha.
A maioria dos Yazidis, cerca de 500 mil, vivem no Iraque. Na zona da Síria que faz fronteira com o Iraque há ainda cerca de 50 mil membros desta comunidade.
O avanço dos "jihadistas" está a ameaçar pelo menos quatro minorias no Iraque, entre as quais o caso mais grave é o dos Yazidis
A religião Yazidi mistura elementos de várias tradições religiosas, como o Zoroastrianismo, o Islão e o Cristianismo
Segundo os próprios iazidis, a sua religião tem origem no antigo Irão e há numerosas semelhanças entre o iazidismo actual e as antigas religiões persas, o que leva muitos autores a considerá-lo um vestígio sobrevivente do mitraísmo iraniano que se adaptou a um ambiente hostil absorvendo elementos exógenos.
Entretanto outros estudos consideram que o iazidismo tem origem no movimento heterodoxo do islão sunita do século XII protagonizado pelo xeque Adi, que misturou elementos islâmicos, com elementos pré-islâmicos conservados no Curdistão.
Os iazidis acreditam em Deus como criador do mundo. Mundo que colocou sob o cuidado de sete "seres sagrados" ou anjos, cujo "chefe" (arcanjo) é Melek Taus, o Anjo Pavão.
Como governante do mundo, este Anjo Pavão é a causa de tudo o que sucede de bom e de mau aos humanos e este caráter ambivalente surge em mitos da sua queda em desgraça junto de Deus, antes das suas lágrimas de arrependimento terem apagado os fogos do seu cárcere infernal e de ter-se reconciliado com Deus.
Esta crença tem origem nas reflexões místicas sufistas (um ramo místico do islão) sobre o anjo Iblis (o equivalente islâmico do Diabo), que se recusa orgulhosamente a violar o monoteísmo, adorando Adão e Eva, apesar da ordem expressa de Deus para o fazer.
Se quiser ficar a conhecer um pouco mais esta religião e este povo veja com atenção a apresentação que se segue.

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