sábado, novembro 02, 2013

Vai, Brasil

A minha proposta de hoje vai para o livro "Vai, Brasil" (edições Tinta da China), da minha ex-aluna, Alexandra Lucas Coelho.
Não perca, mais esta proposta de leitura.
"Português a falar brasileiro não tem jeito, mesmo quando tem. Mas o que não tem jeito mesmo é perder tempo a não ser entendido. Não vou subir a favela e dizer sítio quando posso dizer lugar, ou apelido quando posso dizer sobrenome, ou alcunha quando posso dizer apelido, ou apanhar o autocarro quando posso pegar o ônibus. Português a falar brasileiro nem é jeito de dizer, porque português e brasileiro falam sempre português, em toda a sua mestiça extensão. Nenhuma outra língua é tão falada no hemisfério sul. Finco os pés onde estou para a usar. Se não me esqueço de quem sou, porque terei medo do que serei? Muito do que hoje é brasileiro foi português antigo que Portugal perdeu, cardápio reduzido, falta de apetite. E eles continuam a vir, dietistas, higienistas, fiscais de contas, reduzindo a língua a um quartinho, e de colarinho: não respire, não respire. Ave a poesia, cheia de fome, Herberto Helder mais jovem que nunca, comendo a língua com travesti brasileiro e tudo." A.L.C.

sexta-feira, novembro 01, 2013

A Feira de Santos de Valença

Neste dia (que costumava ser feriado, por ser Dia de Todos Os Santos) realizam-se por todo o país as tradicionais e  inúmeras feiras dos Santos (Valença, Mangualde, Alcains, Cartaxo, Alvito, etc.).
A de Valença decorre, anualmente, no Terreiro de São Bento da Lagoa,  entre os dias 01 e 03 de Novembro. Esta feira já existe desde 1758  tal como está documentado nas "Memórias Paroquiais" da freguesia do Cerdal.  A Feira dos Santos de Cerdal é, por isso, considerada uma das maiores romarias do noroeste peninsular e vai contar com mais de 400 feirantes.
Os garranos, típicos da região, são um dos principais atractivos da feira, que realiza uma "emblemática" corrida destes cavalos o que atrai muita gente das redondezas e de Espanha (Galiza).
A Feira de Valença serve para vender praticamente de tudo: calçado, roupas, gado e outras coisas típicas de uma feira, como por exemplo a gastronomia característica da região, nas tasquinhas.
À noite a feira anima-se com os típicos cantares ao desafio e desgarradas, a cargo dos tocadores de concertina.
Os habitantes da freguesia do Cerdal estão a contar, este ano,
com milhares de pessoas de toda a Galiza, porque em Espanha o feriado de 01 de Novembro (Dia de Todos Os Santos) mantém-se.
Se quiser ficar a saber um pouco mais acerca desta tradicional feira, veja o vídeo abaixo. Não perca, olhe que vale a pena! 

quinta-feira, outubro 31, 2013

Bairro Alto

O  Bairro Alto é um bairro antigo e pitoresco no centro de Lisboa, com ruas estreitas e empedradas, casas seculares, pequeno comércio tradicional, restaurantes e locais de vida nocturna. Foi construído com uma planta ortogonal em finais do século XV e início do século XVI. Em tempos recuados era conhecido como Vila Nova de Andrade. É delimitado a Oeste pela Rua do Século, a Este pela Rua da Misericórdia, a Norte pela Rua D. Pedro V e a Sul pela Calçada do Combro, Largo do Calhariz, Rua do Loreto, e Largo de Camões. O Bairro Alto dividia-se pelas antigas freguesias lisboetas da Encarnação e de Santa Catarina.
O Bairro Alto, mais conhecido hoje pelos jovens lisboetas, como "O Bairro", é um espaço de tertúlia e de boémia, de lojas vanguardistas e de espaços tradicionais, de cultura contemporânea e de tradições bairristas. Durante o Século XIX e até ao terceiro quartel do Século XX, o bairro abrigava as sedes dos principais jornais e tipografias do país. Ainda hoje é possível encontrar ecos desse tempo em nomes de ruas como a Rua Diário de Notícias ou a Rua do Século. Ali existiram, então,  até aos aos anos 70/80 do século XX  muitos jornais e é ainda ali que se encontram as elites culturais e uma nova geração cheia de ideias, de projectos e de histórias para contar.
Desde os anos 80 que é a zona mais conhecida da noite lisboeta, com inúmeros bares e restaurantes, a par das casas de fado. Desde então, adquiriu uma vida muito própria e característica, onde se cruzam diferentes gerações na procura de divertimento nocturno. Aos poucos verifica-se também que passou a ser procurado como um lugar para viver, estando a sua população a ser renovada e rejuvenescida.  Este bairro da capital, a um passo do Chiado, frequentado e habitado por jornalistas, escritores, artistas e estudantes, foi também lugar de tascas de marinheiros, carvoarias e lugares de má fama e prostituição. Vitorino Nemésio faz alusões a este ambiente no romance "Mau tempo No Canal".
O Bairro Alto embora conhecido internacionalmente, continua a sofrer de graves problemas no âmbito do tráfico e consumo de estupefacientes, a que não é alheio o facto de nele se situarem os mais conhecidos bares da capital. Parte dos prédios foram ou estão a ser recuperados, mantendo-se a traça original dos mesmos, o que veio permitir a instalação de novos e alternativos espaços comerciais. Aprecie mais este típico bairro lisboeta, através de uma pequena apresentação elaborada por alunos de Geografia do 11º ano (PTT).

quarta-feira, outubro 30, 2013

Jardins Japoneses

Os japoneses são mundialmente conhecidos pelos belos jardins e pela habilidade que têm no cultivo de plantas. O jardim faz parte integrante da tradição japonesa.  Os jardins japoneses são, no entanto, diferentes dos jardins ocidentais comuns, que são cheios de flores e plantas. No Japão os jardins apelam mais à imaginação e representam a natureza tal como ela é. Mas é importante que saiba que no Japão há vários tipos de jardins.
1- Os jardins do paraíso
O típico jardim do paraíso possui uma ilha no meio de um lago que representa a salvação futura, e uma ponte arqueada que liga a ilha ao resto do jardim, para representar o caminho que se deve percorrer para alcançar essa salvação. Embora restem poucos jardins deste tipo, muitos pavilhões japoneses actuais são modelados de acordo com as construções que um dia embelezaram aquele país.
2- Os jardins de chá
Os jardins de chá surgiram no Japão, quando monges trouxeram para o país o ritual de beber o chá, a fim de diminuir a sonolência durante a meditação. A cerimónia do chá era um evento formal em que as pessoas presentes o compartilhavam numa tigela comunitária. Estes jardins são construídos com materiais simples e rústicos a fim de manter a harmonia com a atmosfera e estão centrados na casa de chá cerimonial.
As casas são circundadas por um jardim externo onde os participantes aguardam o início da cerimónia e um jardim interno sagrado onde a entrada não é permitida, mas apenas a observação e a contemplação do lado de fora dos muros. O jardim externo contém uma bacia de água para que as pessoas se purifiquem dos pecados, um banco para descanso e lanternas.
3- Os jardins naturais
Os jardins naturais são um dos estilos mais simples dos jardins japoneses. Nestes raramente são utilizados ornamentos, como lanternas e estátuas, e em vez de pontes, os jardineiros dispõem algumas pedras planas que cruzam qualquer porção de água. Os jardins naturais tentam copiar uma cena de floresta o mais fielmente possível. Os projectistas acreditam que a sensação de se estar na floresta e a solidão que a acompanha, incentiva o pensamento profundo e a paz mental. O musgo é frequentemente utilizado como a principal cobertura do chão.
4- Os jardins de passeio com lago
Estes jardins possuem um lago ornamental como parte central e um caminho que contorna a periferia do jardim. O caminho pode ramificar-se em muitos lugares para dar acesso a locais de contemplação.
Este tipo de jardim também incorpora vários objectos construídos pelo homem posicionados em pontos estratégicos. Assim,  pode encontrar a escultura de uma garça pescando numa determinada passagem ou um sapo de bronze tomando um banho de sol.  Olhando na direcção do lago, poderá ver pontes arqueadas que o cruzam em várias áreas. Na água,  poderá observar algumas carpas japonesas nadando entre os lírios.
5- Os jardins zen ou jardins de pedra
Os jardins zen ou jardins de pedra fazem um total contraste com a profusão de verde dos jardins naturais e a abundância de água dos jardins de passeio com lago. Os jardins de pedra possuem pouca vegetação. Os pinheiros negros servem como fundo e a ondulação do mar é sugerida com uma grande extensão de areia ou com finos pedregulhos desgastados. Para acrescentar a aparência de um vasto mar, os jardins zen ou jardins de pedra possuem "faixas de areia" de pedras e seixos, assim como "ilhas" de vegetação.
Como vários dos outros jardins, os bancos são colocados em pontos particulares para a contemplação e o descanso.
No vídeo abaixo poderá aprender um pouco mais sobre cada estilo de jardim japonês, e encantar-se com tanta beleza, naturalidade, e espiritualidade!

terça-feira, outubro 29, 2013

Quanto mais estudamos a vida...



"Quanto mais estudamos a vida e a literatura, mais nos damos conta de que tudo o que é magnífico se prende com o indivíduo, e que não é o momento que faz o homem, mas o homem que cria o seu tempo."

Oscar Wilde (escritor irlandês)

segunda-feira, outubro 28, 2013

O que é o Alzheimer?

O Alzheimer, é uma doença degenerativa actualmente incurável mas que possui tratamento. As pessoas com doença de Alzheimer tornam-se confusas, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta e acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmas quando colocadas frente a um espelho. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão permanente, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano como alimentação, higiene, vestuário, etc.. Muitas vezes, pode ser difícil perceber a diferença entre as mudanças características do envelhecimento e os primeiros sinais da Doença de Alzheimer. A perda de memória é uma característica natural do envelhecimento. Mas quando a perda de memória começa a perturbar a vida quotidiana da pessoa, já não estamos a falar de algo natural, mas sim daquilo que poderá ser um sintoma de demência. De seguida, deixo-o com os dez sinais de alerta desta doença:
1 - Perda de Memória
2 - Dificuldade em planear ou resolver problemas
3 - Dificuldade em executar tarefas familiares
4 - Perda da noção de tempo e desorientação
5 - Dificuldade em perceber imagens visuais e relações especiais
6 - Problemas de linguagem 7 - Trocar o lugar das coisas
8 - Discernimento fraco ou diminuído
9 - Afastamento do trabalho e da vida social
10 - Alterações de humor e personalidade
Proponho-lhe, também, que veja o vídeo que se segue. É um documentário curto, didáctico, legendado em português e que serve principalmente para se ficar com uma ideia do que é a doença. Este documentário foi concebido para ser visto a qualquer hora e em qualquer local. Não perca!.

domingo, outubro 27, 2013

A Origem da Língua Portuguesa

"A história da língua portuguesa é a história da evolução da língua desde a sua origem no noroeste da Península Ibérica até ao presente, como língua oficial falada em Portugal e em vários países de expressão portuguesa. 
Em todos os aspectos - fonética, morfologia, léxico e sintaxe - o português é essencialmente o resultado de uma evolução do latim vulgar trazido por colonos romanos no século III a.C., com influências menores de outros idiomas. O português arcaico desenvolveu-se no século V d.C., após a queda do Império Romano e as invasões bárbaras, como um dialecto românico, o chamado galego-português, que se diferenciou de outras línguas românicas ibéricas. Usado em documentos escritos desde o século IX, o galego-português tornou-se uma linguagem madura no século XIII, com uma rica literatura. Em 1290 foi decretado língua oficial do reino de Portugal pelo rei D.Dinis I. O salto para o português moderno dá-se no renascimento, sendo o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1516) considerado o marco do seu início. A normalização da língua foi iniciada em 1536, com a criação das primeiras gramáticas, por Fernão de Oliveira e João de Barros. A partir do séc. XVI, com a expansão da era dos descobrimentos, a história da língua portuguesa deixa de decorrer exclusivamente em Portugal, abrangendo o português europeu e o português internacional". De qualquer modo se quiser ficar a saber um pouco mais acerca deste assunto basta ver o vídeo abaixo. Agora veja, ainda, outro vídeo sobre o mesmo tema.