sábado, janeiro 21, 2012

Fado da Sina

Veja hoje este vídeo (extraído do filme de Henrique Campos "Um Homem do Ribatejo"), que mostra Hermínia Silva a cantar o célebre «Fado da Sina».
Hermínia Silva (1907 - 1993) foi uma fadista portuguesa, que nasceu cinco anos depois de Ercília Costa, a primeira fadista que saiu das fronteiras de Portugal.
Hermínia, cedo se tornou presença notada nos retiros de Lisboa, que não hesitaram em contratá-la, pela originalidade com que cantava o Fado. O Fado dos Bairros de Lisboa estava-lhe nas veias, não fôra ela nascida, ali mesmo junto ao Castelo de São Jorge. Passados poucos anos, em 1929, Hermínia Silva estreava-se numa Revista do Parque Mayer.
Hermínia trouxe para o fado, letras menos tristes, por vezes com um forte cunho de crítica social, e fados não tradicionais, compostos por maestros como Jaime Mendes e compositores como Raul Ferrão, criando assim o chamado "fado musicado".
Hermínia Silva torna-se pois, na fadista que iria levar o Fado para as grandes salas do Teatro de Revista. A sua fama atingiu um tal ponto que o Cinema, quis aproveitar o seu sucesso como figura de grande plano.
Efectivamente, nove anos depois de se ter estreado na Revista, Hermínia integra o elenco do filme de Chianca de Garcia, "Aldeia da Roupa Branca (1938)", num papel que lhe permite cantar no filme. Nascera assim, a que viria a ser considerada, a segunda artista mais popular do século XX português, depois de Amália Rodrigues.
Depois de várias presenças no estrangeiro, com especial incidência no Brasil e em Espanha, Hermínia aposta numa carreira mais concentrada em Portugal.
Em 1943 é chamada para mais um filme, o "Costa do Castelo", e em 1946 roda "O Homem do Ribatejo", onde canta o Fado da Sina.
Cantou quase até morrer, na sua Casa - "O Solar da Hermínia", restaurante que manteve quase até ao fim da sua vida artística.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

A MÚSICA

A música partilha com a flor
a carne que se alaga como um copo.
A música é um rizoma atómico
cheia de sílabas grossas e finas
no peito maduro da onda.

Por isso a onda cai e a flor
também. E se te digo sei que ficas
triste e é quando substituis essa
geração de força por dois pequenos
vasos à entrada do teu dorso (e qual
és tu e qual sou eu é uma haste subindo)

Do teu lado esquerdo é dia.
O vestido é branco e aponta
a cidade a que chegas com os
dedos, rodando os ombros mas
não a cabeça. O teu olhar
é uma ferida musical sem verbo fixo:
a penumbra bate às vezes na
pálpebra, outras na imaginação.

A queda gera o seu próprio
impulso, como se fosse o preen-
chimento de uma forma: chama-se amor
e serve para os ouvintes ouvirem o esbracejar
do desejo, esses versos de asa silenciosa-
ouves?

Há poetas azuis que julgam que a
coerência é um pardal azul (da goela
até aos pés). Normalmente limpam os óculos
com coerência, em vez de com (enfim)
e depois vêem o mesmo pardal, a todas
as horas do dia e da noite, sentado azul-
mente sobre o seu nariz azul.

Pela direita, dizes que os versos
não caem se mudares constantemente
o chão. Mas os sonhos sim, e que a transla-
ção do vento sabe do remorso dos bichos mais
pequenos: procura as palavras junto ao chão
e se não me vires,
é porque o silêncio é também a música
e canto-a sem nome
para ti
Rui Costa (1972 - 2012) - in Um poema para Fiama, Labirinto (2007)

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Minutos de deslumbramento


A natureza é de uma beleza tão arrebatadora que quase nos deixa sem respiração.
Umas vezes, quase diariamente, ela fala-nos com a sua voz suave e nós não a ouvimos. Outras vezes grita-nos e... continuamos sem a ouvir.
Mas, se quisermos continuar a apreciar as suas belezas naturais temos que aprender a ouvi-la e a entendê-la. O mínimo que que cada um de nós pode fazer é ajudar a preservá-la.
Nada melhor do que este documentário para deixar aqui este alerta.




quarta-feira, janeiro 18, 2012

Portugal é...

Portugal é para mim o país mais belo do mundo, apesar de todos os problemas que temos passado e de todos os obstáculos que se puseram à nossa frente. Nós, o povo português, sempre conseguiu viver com isto, porque não somos uma nação de desistentes.
Podemos ser um povo sofredor e podemos estar no maior sarilho da história do nosso país, mas ele é a nossa casa, o que nos define. E, eu terei sempre orgulho em dizer bem alto, para todos ouvirem: eu sou português e tenho orgulho do meu país.
Iago A. - 10º B

terça-feira, janeiro 17, 2012

Uma delícia...



Se gosta de ginástica olímpica, assista ao espetáculo proporcionado por Paulette Huntinova, ou será melhor dizer por Paul Hunt!
É, de facto preciso ter-se muito talento, flexibilidade e sentido de humor!!

segunda-feira, janeiro 16, 2012

Kalinka e não só...

Hoje não perca a "performance" do Coro do Exército Russo, interpretando algumas das melhores canções russas de todos os tempos, desde a célebre Kalinka até aos "Barqueiros do Volga".
"Kalinka" é uma conhecida música russa escrita e composta em 1860 pelo compositor Ivan Petrovich Larionov e representada pela primeira vez em Saratov. Foi, posteriormente, popularizada por um grupo coral ao qual tinha sido cedida pelo compositor. Esta canção foi também foi regravada pelo cantor russo Vitas no seu CD Obras-primas de Três Séculos (2010).
"Barqueiros do Volga", é uma canção sublime do folclore russo, que começa de uma forma vagarosa e triste e, em crescendo, termina com um vigor quase arrepiante.
Aprecie estas canções ouvindo este extraordináriocoro.

domingo, janeiro 15, 2012

Nos teus braços...

Cuca Roseta é uma joven fadista portuguesa que começou a cantar no coro da igreja dos Salesianos, em São João do Estoril, próximo de Lisboa.
Colaborou com os Toranja, de Tiago Bettencourt, onde substituiu Mariana Norton, tendo em seguida abandonado este grupo para se dedicar, inteiramente, ao fado.
Começou a frequentar Casas de Fado, com amigos, apenas aos 18 anos. Foi convidada por João Braga para participar num programa na RTP e depois recebeu o convite de Mário Pacheco para cantar no seu Clube do Fado.
É no Clube do Fado que é convidada por Ivan Dias para participar no filme "Fados", de Carlos Saura. Na mesma semana e no mesmo local conhece o músico e produtor argentino Gustavo Santaolalla com quem viria a gravar o seu primeiro disco.
Lança em 2011 o seu primeiro álbum de originais, produzido por Gustavo Santaolalla e tendo como single de avanço "É Lisboa a Namorar".
Ouça esta jovem fadista portuguesa apelidada de "a nova voz do fado" em "Nos teus braços" ou veja-a aqui em "Maria Lisboa".