quinta-feira, setembro 15, 2011

Deste alto do monte vejo

Deste alto do monte vejo,
dourado e azul entre as margens
O Tejo do meu desejo
O tentador das viagens!

E estas águas contemplando
da barra aos ouros da praia,
o corpo vai-me tombando
e a alma quase desmaia...

Portugal parece exangue,
e tu, Tejo, a deslizar,
foste a veia azul que o sangue
lhe foi vertendo no mar!

Oh glória! como num graal
resplendente, a marulhar,
inda enche as ondas do mar
o sangue de Portugal!...
Afonso Lopes Vieira - in Cancioneiro III

Sem comentários: