sábado, março 06, 2010

Se Por Acaso

Se por acaso (me vires por aí)
(Ele)
Se por acaso me vires por aí
Disfarça, finge não ver
Diz que não pode ser, diz que morri
Num acidente qualquer
Conta o quanto quiseste fazer
Exalta a tua versão
Depois suspira e diz que esquecer
É a tua profissão
E ouve-se ao fundo uma linda canção
De paz e amor

(Ela)
Se por acaso me vires por aí
Vamos tomar um café
Diz qualquer coisa, telefona, enfim
Eu ainda moro na Sé
Encaixotei uns papeis e não sei
Se hei-de deitar tudo fora
Tenho uma série de cartas para ti
Todas de uma tal de Dora
E ouvem-se ao fundo canções tão banais
De paz e amor

(Ele)
Se eu por acaso te vir por aí
Passo sem sequer te ver
Naturalmente que já te esqueci
E tenho mais que fazer
Quero que saibas que cago no amor
Acho que fui sempre assim
Espero que encontres tudo o que quiseres
E vás para longe de mim
E ouve-se ao fundo uma velha canção
De paz e amor

(Ela)
Na sexta-feira acho que te vi
À frente da Brasileira
Era na certa o teu fato azul
E a pasta em tons de madeira
O Tó talvez queira te conhecer
Nunca falei mal de ti
A vida passa e era bom saber
Que estás em forma e feliz
E ouve-se ao fundo uma triste canção
De paz e amor

Proponho-lhe que veja o show de lançamento do CD "1970", de JP Simões. Esta canção é uma parceria dele com Pedro Renato (do Belle Chase Hotel). Luanda Cozetti faz aqui o seu segundo dueto com JP. Sublime!


sexta-feira, março 05, 2010

Uma Breve História de Quase Tudo

Hoje temos um pequeno filme de animação que conta de uma forma breve, a história de quase tudo. É simples, eficaz e muito pedagógico.
Este filme, é um trabalho final de um curso de arte e corresponde a qualquer coisa como um livro de história de 2100 páginas. Implicou, para o autor, um trabalho árduo de 3 semanas.
A música de fundo mistura o Cancan francês de Jacques Offenbach com sons do jogo Team Fortress 2. O copyright é de Jamie Bell (aka DispleasedEskimo) 2010.
Não perca.
Vale a pena ver.

Veja como parece simples contar a história do mundo!



quinta-feira, março 04, 2010

Cabo Verde

Cabo Verde é um país africano que faz parte da comunidade lusófona. É um arquipélago de origem vulcânica, constituído por dez ilhas. Está localizado no Oceano Atlântico, a 640 km a oeste de Dacar, no Senegal. Tem como outros vizinhos a Mauritânia, a Gâmbia e a Guiné-Bissau. O que é interessante é que o Cabo Verde que lhe dá nome não se situa neste país, mas, no Senegal.
O clima deste arquipélago é árido ou semi-árido.
Cabo Verde foi descoberto em 1460 por Diogo Gomes que estava ao serviço da coroa portuguesa. Este navegador encontrou estas ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de anterior presença humana. Foi colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência em 1975.
As 10 ilhas que o compõem são pequenas e montanhosas. Existe um vulcão activo, na ilha do Fogo, que é igualmente o ponto mais elevado do arquipélago, com 2829 m. Só 9 das 10 ilhas são habitadas. As ilhas do Barlavento são
Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia (desabitada), São Nicolau, Sal e Boa Vista e ilhéus desabitados. As ilhas de Sotavento são: Maio, Santiago, Fogo e Brava e mais alguns ilhéus. As maiores ilhas são a de Santiago a sueste, onde se situa a cidade da Praia, que é a capital do país, e a ilha de Santo Antão, no extremo noroeste. A cidade da Praia é também o principal aglomerado populacional do arquipélago, seguida por Mindelo, na ilha de São Vicente.
O povo caboverdiano resulta da mistura de europeus e africanos o que lhe proporcionou características muito próprias e uma cultura e língua materna diferentes dos restantes PALOP.
O país tem muitos emigrantes espalhados pelo mundo (em especial nos EUA e em Portugal) que contribuem com remessas financeiras significativas para o seu país de origem. O turismo começa a ser uma fonte de receita importante. As principais ilhas turísticas são a Ilha do Sal e a Ilha da Boa Vista. Aprecie agora a apresentação que escolhi para hoje.


quarta-feira, março 03, 2010

O Beija-Flor

Acostumei-me a vê-lo todo o dia
De manhãzinha, alegre e prazenteiro,
Beijando as brancas flores de um canteiro
No meu jardim – a pátria da ambrosia.

Pequeno e lindo, só me parecia
Que era da noite o sonho derradeiro…
Vinha trazer às rosas o primeiro
Beijo do Sol, nessa manhã tão fria!

Um dia foi-se e não voltou… Mas quando
A suspirar me ponho, contemplando,
Sombria e triste, o meu jardim risonho…

Digo, a pensar no tempo já passado:
Talvez, ó coração amargurado,
Aquele beija-flor fosse o teu sonho!
Auta de Souza

terça-feira, março 02, 2010

Calçada à Portuguesa

Faz frio. Mas, depois de uns dias de aguaceiros,
Vibra uma intensa claridade crua.
De cócoras, em linha, os calceteiros,
Com lentidão, terrosos e grosseiros,
Calçam de lado a lado a longa rua.

(...)

Bom tempo. E os rapagões, morosos, duros, baços,
Cuja coluna nunca se endireita,
Partem penedos; cruzam-se estilhaços.
Pesam enormemente os grossos maços,
Com que outros batem a calçada feita.
Cristalizações - Cesário Verde

A calçada à portuguesa é uma herança cultural da tecnologia romana no uso da pedra natural em pavimentos.
Esta arte executada por mestres calceteiros, surgiu em Portugal no séc. XIX e hoje em dia é conhecida internacionalmente.
Foi executada pela primeira vez em Lisboa no ano de 1842, por presidiários, então chamados grilhetas.
Segundo se pensa a iniciativa terá partido do Governador de Armas do Castelo de S. Jorge, Tenente-General Eusébio Cândido Furtado.
O desenho utilizado foi uma aplicação de um motivo simples de zig-zag. Para a época foi uma obra de certa forma estranha que motivou versos satíricos dos cronistas portugueses e levou o escritor Almeida Garrett a mencioná-la no romance O Arco de Sant'Anna.
O sucesso foi tanto que proporcionou ao Tenente-General novas verbas para pavimentar toda a área do Rossio - seguramente a praça mais conhecida e mais central de Lisboa.
A calçada à portuguesa é um trabalho essencialmente artesanal (que utiliza instrumentos simples) cuja tradição de aplicação está patente em várias vilas e cidades de Portugal e do Mundo (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Brasil)

Sobre este assunto, proponho-lhe que veja a apresentação e o vídeo que escolhi para hoje.








segunda-feira, março 01, 2010

Quando Eu Morrer Quero Ficar

Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.

Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.

No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.

Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.

O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade…

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade…

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.
Mário de Andrade

domingo, fevereiro 28, 2010

Capturar o Vento

A energia eólica é a energia que provém do vento. O termo eólico vem de Éolo que era o Deus dos ventos (na mitologia Grega).
A energia do vento é utilizada desde tempos muito antigos. Há mais de 5 mil anos, com barcos à vela (Egípcios), depois, os moinhos de vento (Pérsia). Nos dias de hoje utilizamos os aerogeradores para capturar o vento e produzir energia.
A energia eólica é uma das formas mais limpas de produção de energia na actualidade.
O primeiro parque eólico de Portugal foi construído, em 1986, na Ilha de Porto Santo, Madeira. Nos últimos anos este tipo de energia recebeu um grande impulso. No fim de 2006, Portugal era o nono produtor mundial de energia eólica em termos absolutos, e o quarto em termos relativos, tendo em conta a sua área e população.
A forte aposta de Portugal nas energias renováveis, como resposta à crise dos combustíveis fósseis, leva a que o sector eólico cubra, em 2010, cerca de 15% das necessidades.
A energia eólica reúne condições para se tornar uma importante fonte complementar de energia, relativamente, à oferta convencional de electricidade. É uma energia renovável, abundante, bem localizada, não emissora de gases de efeito estufa e uma alternativa viável e competitiva em relação à energia proveniente do petróleo, carvão e gás natural.
As desvantagens ambientais, mais sérias, para os aerogeradores eólicos podem ser:
-o efeito negativo nas populações de pássaros selvagens
-o impacto visual na paisagem.

O vídeo que lhe propunho que veja hoje é delicioso. Faz parte de uma campanha de promoção deste tipo de energia alternativa. Ora veja.