segunda-feira, maio 31, 2010

Vai pensamento, sobre asas douradas...

"Nabucco" é uma ópera de Verdi (com libreto de Temistocle Solera), escrita em meados do século XIX (1842), durante a ocupação austríaca do norte de Itália. A acção da ópera conta a história do rei Nabucodonosor da Babilónia. O "Coro dos Escravos" hebreus Va pensiero sull'ali dorate (vai pensamento, sobre asas douradas), devido a várias analogias, tornou-se uma espécie de hino nacionalista e o símbolo do nacionalismo o italiano. O próprio nome Verdi, que aparecia naquela época, escrito nas paredes, queria também na realidade significar, "Vitor Emanuel Rei de Itália". Vítor Emanuel viria a ser rei, mais tarde, já depois da unificação italiana. É um dos mais belos coros jamais escritos e ouve-se sempre com prazer.
A ópera Nabuco relata a história bíblica do cativeiro dos hebreus, na Babilónia, no século sexto a.C. Na ópera o coro " Va, pensiero" é cantado por exilados, junto às margens do Rio Eufrates, que lamentam a perda da sua terra natal. Por isso, rapidamente, se transformou num hino para os italianos que lutavam pela sua liberdade em relação à Áustria.
Giuseppe Verdi (1813) foi um compositor de óperas do período romântico italiano, sendo na época considerado o maior compositor nacionalista da Itália, assim como Richard Wagner o era na Alemanha. Após a morte de Verdi, em 1901, enquanto o caixão era levado para o cemitério, uma multidão de cerca de 25000 pessoas entoou, espontaneamente, o coro "Va pensiero".
Va pensiero sull'ali dorate (tradução da letra do coro dos escravos Hebreus, da ópera Nabuco, de Verdi)
Vai, pensamento, sobre asas douradas
Vai e pousa sobre as encostas e as colinas
Onde os ares são tépidos e macios
Com a doce fragrância do solo natal!
Saúda as margens do Jordão
E as torres abatidas do sião.
Oh, minha pátria tão bela e perdida!
Oh lembrança tão cara e fatal!
Harpa dourada de desígnios fatídicos,
Porque choras a ausência da terra querida?
Reacende a memória no nosso peito,
Fala-nos do tempo que passou!
Lembra-nos o destino de Jerusalém.
Traga-nos um ar de lamentação triste,
Ou o que o senhor te inspire harmonias
Que nos infundam a força para suportar o sofrimento.

Sem comentários: