sábado, setembro 05, 2009

A Matemática

Este é um poema que já circula há algum tempo na Net. Desconheço o autor ou melhor, só conheço o pseudónimo.
Quero contudo partilhá-lo aqui, porque quem o escreveu demonstra, para além de um grande sentido de humor, um enorme domínio quer da língua portuguesa quer da matemática.

A Matemática

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A alma irmãs
Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.

Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.

E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.

Ofereceu, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.

Mas foi então, que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era expúrio passou a ser Moralidade
Como aliás, em qualquer Sociedade.

Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Os Hindus no Lumiar

Em Portugal existe, actualmente, uma comunidade Hindu de mais de 15 000 pessoas, cujas origens remontam a Indianos que regressaram das ex-colónias Portuguesas de África, principalmente de Moçambique, da antiga Goa e de outros territórios do Estado Português da Índia.
De acordo com a embaixada da Índia em Lisboa, os Indianos que vivem no nosso país são na sua maioria - Gujaratis (sendo o Gujarati ensinado (entre outros locais) no Centro Cultural da Comunidade Hindu de Lisboa, localizado no Lumiar), Punjabis e Goeses. A maioria dos hindus, vive na capital, Lisboa (Lumiar) e respectiva área metropolitana e frequentam o Templo dedicado a Radha Krishna.
A associação da Comunidade Hindu de Portugal, CHP, tenta preservar a identidade cultural e religiosa desta comunidade, além de oferecer o apoio necessário para uma melhor integração no País. Um membro conhecido dessa comunidade é Narana Coissoró (político do CDS/PP).
Não existem, contudo, muitos registos da prática do Hinduísmo em Portugal.
O hinduísmo é a terceira maior religião do mundo, em número de praticantes, com 96% dos seus crentes localizados no subcontinente indiano.
Se quiser saber mais alguma coisa sobre esta e outras comunidades clique aqui .

quinta-feira, setembro 03, 2009

Lorenzo



Na Camarga, sul de França, um homem treina os seus cavalos.
Da relação cavaleiro cavalo, nasce um excelente espectáculo.
Este é um espectáculo equestre único no mundo. Veja, agora, Lorenzo, o Francês Voador.





Lorenzo : the Flying French Man...
by alatebo



quarta-feira, setembro 02, 2009

Rosto Repetido

teu rosto resto de rasto
não poder perder a beleza - rasgos de rota, costumes em teu
corpo quando caminhas entre os outros
porque o mundo desespera por ti
imperfeito, impreciso, impulsivo
perseguido a cada hora
repetido
o mundo o corpo o rumo o resto e o teu rosto

Sónia Bettencourt, As Três Faces de Eva, Corpos Editora, 2007

terça-feira, setembro 01, 2009

Campo Maior: enquanto não chegam as "Festas do Povo"...

Em Campo Maior, as Janelas Floridas, também conhecidas por Varandas de São João, trazem à memória as Festas do Povo.

E as paredes das casa caiadas de branco do Alentejo ganham o colorido das flores laboriosamente construídas de papel.

E ao som dos pandeiros e das palmas cantam-se as saias e faz-se a Festa.



Saiba mais e veja outras imagens minhas aqui.