sábado, maio 02, 2009

A Dama Negra da Ilha dos Escravos

De Ana Cristina Silva, autora de As Fogueiras da Inquisição, mais uma sugestão de leitura: um romance histórico magnífico que retrata uma personagem fascinante de São Tomé do século XVI.

Neste livro a escritora procura retratar o percurso de D. Simoa Godinha, uma mulata de São Tomé que casou com um fidalgo português e veio viver algum tempo em Lisboa.

Personagem central deste romance, D. Simoa Godinho, é uma das figuras históricas mais intrigantes e misteriosas da Lisboa do século XVI. Nasceu em S. Tomé, no seio de uma família rica de fazendeiros. Mais tarde, já casada com o fidalgo Luís de Almeida, veio viver para a capital do reino, onde viria a expressar o seu carácter profundamente humano através de inúmeras obras de solidariedade, nomeadamente junto da Misericórdia. Ficamos a conhecer toda a sua vida - a infância e juventude no exotismo de S. Tomé, a paixão por Luís de Almeida e a sua influência na sociedade lisboeta da época. Este romance soube captar as múltiplas nuances desta personalidade que tem apaixonado sucessivas gerações de historiadores.

A Dama Negra da Ilha dos Escravos foi editado recentemente pela Editorial Presença. Agora, para abrir o apetite aqui fica um pequeno excerto da referida obra.
Como eu desejava ver de novo a ilha, inebriar-me uma derradeira vez com o seu aroma. Em nenhum outro lugar a terra exala essa mis­tura de odores a chuva e a espessa argila, cuja recordação ainda me invade os sentidos. A ilha de S. Tomé apresenta uma tonali­­dade única. A terra é de cor avermelhada e amarela, gorda com greda forte. Lá as árvores nunca perdem a folha, são enormes e variadas, muito grossas, direitas e altas. De todo o lado, para grande proveito dos olhos, se avistam florestas cerradas, com árvores que parecem tocar o céu e campos onde os deuses foram acrescentan­­do paisagens imaginadas para demonstrar todas as cores do mundo. A luz também é diversa, porque o sol tem de atravessar um longo céu carregado de neblina.


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sexta-feira, maio 01, 2009

O Primeiro de Maio

O Dia do Trabalhador é celebrado anualmente a 1 de Maio em numerosos países do mundo, sendo feriado em Portugal desde 1974.
A maior comemoração do Dia do Trabalhador em Portugal, foi no ano de 1974, a seguir à Revolução dos Cravos. Só em Lisboa juntaram-se mais de meio milhão de pessoas. Para muitos, foi a forma entusiástica dos portugueses demonstrarem a sua adesão ao 25 de Abril, que uma semana antes restituía ao país a democracia.

Qual a origem desta comemoração?

Em 1 de Maio de 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores, nas ruas de Chicago, nos Estados Unidos da América. Tinha como objectivo reivindicar a redução do horário de trabalho de 16 para 8 horas diárias, tendo participado milhares de pessoas. Nesse dia iniciou-se uma greve geral nos EUA.

Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, sob proposta de Raymond Lavigne, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris , decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário.

A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.
Só em 23 de Abril de 1919 foi ratificado o dia de 8 horas, pelo senado francês e proclamado o dia 1 de Maio desse ano como dia feriado.

Em 1920 a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado nacional, exemplo seguido por muitos outros países.


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quinta-feira, abril 30, 2009

Kizomba

O Kizomba é um género musical e de dança originário de Angola. Resulta da fusão do Semba e do ZouK.
Fica aqui um vídeo que demonstra a influência das danças africanas, no geral, e do Kizomba, em particular, na dança europeia.




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quarta-feira, abril 29, 2009

A menina dança?

Dois divertidos vídeos sobre a Evolução da Dança no século XX, protagonizados pelo comediante Judson Laipply.
Haja fôlego!






E ainda um vídeo acerca do filme Shall We Dance, com Jennifer Lopez, Richard Gere e a música dos Gotan Project.



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terça-feira, abril 28, 2009

7 Irmãos


Foi com agrado que recebemos a notícia da apresentação da colecção 7 Irmãos, de Margarida Fonseca Santos e Maria João Lopo de Carvalho.


É uma colecção destinada a leitores dos dez aos 15 anos e os livros tratam das peripécias das famílias numerosas. Ao que parece está a despertar grande interesse.




Quem sabe se não poderemos ter novamente a Margarida na nossa escola como já aconteceu anteriormente?



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segunda-feira, abril 27, 2009

Dom Nuno Álvares Pereira

A propósito de um trabalho realizado pelos alunos da turma de Turismo, veio à conversa a figura de D. Nuno Álvares Pereira.

Um dos alunos referiu no seu trabalho que o Convento do Carmo, havia sido mandado construir pelo Condestável.


Falei-lhes, então, da canonização desta figura da nossa história.
Quem foi este homem? Mas porquê a sua canonização? perguntava-me uma jovem.
O Papa elogiou o facto de mesmo em confrontos militares ele ter mantido os "valores e princípios" cristãos.
Considero que esta deve ser a grande lição para todos nós, independentemente daquilo em que acreditamos: É pelos valores e pelos princípios que nos devemos deixar conduzir e não pelas circunstâncias do momento ou dos interesses individuais.
Aproveito, assim, a oportunidade para de forma resumida falar desta figura da nossa história.


D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431)

Filho ilegítimo de D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior do Hospital. Veio para a corte aos 13 anos, e é armado cavaleiro por D. Leonor Teles com o arnês do Mestre de Avis, de quem se torna amigo. Adere à causa do Mestre, que o nomeia fronteiro da comarca de Entre-Tejo-e-Odiana. Foi depois condestável do reino e mordomo-mor. Recebeu de D. João I os títulos de 3º conde de Ourém, de 7º conde de Barcelos e de 2º conde de Arraiolos. Professou em1423 na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Nuno da Santa Maria. Mandou edificar o Convento de Santa Maria do Carmo, em Lisboa,, onde morreu, já com fama de santo. Desde o século XV que é objecto de culto, o que foi reconhecido pelo Papa, em 1918. É chamado Santo pelos Portugueses e pelos Carmelitas, e Beato pela restante Igreja.


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domingo, abril 26, 2009

UM POEMA

Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço…
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz…
Miguel Torga, Diário XIII


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